quarta-feira, 29 de abril de 2015

Reunião... reunião... Eu adoro essas reuniões!!!!!!!

Hoje vou contar sobre a reunião que fizemos, eu e a "nossa fono", Aline , na escola do Ale.

A nossa preocupação era em saber como a escola irá lidar com o fato do Ale já estar, aos 4 anos, alfabetizado, quais as estratégias que serão adotadas e insistir na capacitação para inclusão de todos.

Na primeira reunião que tive sozinha com a professora desse ano , conversamos sobre ele ser o único da turma a ler fluentemente, que apresenta dificuldade na interpretação de textos, que se lhe for perguntado coisas simples e de uma forma mais "reduzida" ele responde, mas perguntas com COMO e PORQUE ele não responde. Ela ainda relatou que ele é querido pela turma toda, que o chamam para participar das brincadeiras , embora ele logo se desinteresse por elas.

Depois dessa conversa, comecei a realizar atividades de interpretação com ele. Mostro imagens e faço perguntas sobre a imagem, comprei livros de contos de fadas mais resumidos e realizo atividades escritas de interpretação . Funcionou muito bem, como ele já sabe ler, eu escrevo as perguntas e ofereço duas respostas, ele precisa circular a que achar correta.
Estou ensinando perguntas com COMO para ele, no mesmo esquema, faço a pergunta e ofereço três respostas possíveis escritas e ele aponta ou circula a que achar correta.
Ele está ADORANDO ler e uso essa motivação para realizar as atividades.

Nessa reunião , com a Aline presente, a professora nos contou que na sala de aula também está usando da escrita para realizar atividades de interpretação, ou como nos relatou que durante uma atividade que expôs oralmente ao grupo uma situação problema sobre o conto "Cachinhos dourados" , com o Ale ela escreveu a situação e deu duas possíveis respostas , se ele dividiria os brinquedos ou não e ele tinha que escolher uma resposta. (Ele respondeu 3 vezes que dividiria!!!!)

Reforçamos a necessidade de compreender que ele tolera menos a frustração, mas que não se pode ceder, ele precisa entender os limites e esses limites podem ser colocados de uma forma mais sutil e concreta, mas que devem ser colocado!
Ele precisa entender que não será todo dia o ajudante da sala, algo que ele adora ser e se frusta muito quando não é.  Ele ficará irritado, podendo gritar e chorar, mas que isso não as leve a colocá-lo numa posição de " café com leite", deixar o nome dele e do "verdadeiro" ajudante na lousa só para evitar crises. O que vale pra todos para ele também valerá.
Conversamos sobre a importância de nomear os sentimentos para ele,de antecipar verbalmente sempre as atividades e de como redirecionar o foco. Ele na escola, na fono ou em casa não gosta de brincar de jogo da memória, pelo fato das cartas estarem viradas ele se recusa a jogar ,por não saber as cartas. E quando joga ele quer ver todas e fica muito irritado quando não acerta o par. A orientação da Aline é redirecionar o foco, não ficar repetindo muito " que pena", " não acertou", e sim " não acertou nessa vez, tudo bem, vamos ver se o amigo ______ acerta?" E sempre antes da atividade explicar que ele terá outra chance para acertar o par. Evitar dar muita ênfase na perda, no erro já que ele se angustia e o faz desistir de tentar novamente.

Sobre ele já estar alfabetizado, a professora irá realizar atividades que ele possa ler para o grupo na roda de história, que ele possa ajudar os amigos com as atividades de reconhecimento dos nomes e letras e vão também adaptar  e criar atividades que possam ser desafiadoras e estimulantes.

Eu acredito na parceria , sei o quão fundamental é a escola e a família caminharem juntas, a importância de participar da vida escolar, de dividir as experiências, de ouvir e ser ouvida, pois só assim ele continuará progredindo...É preciso estar presente!É preciso se interessar !

Todos os dias eu vou busca-lo na escola, e todos os dias eu o estimulo a me relatar seu dia, pergunto o que comeu, se brincou e com quem, quem foi o ajudante do dia, qual atividade ele fez e se gostou. E as vezes o relato dele é confuso, ele não sabe explicar. Por exemplo, outro dia ele entrou no carro e disse: " Mamãe, eu chorei na escola." Perguntei o que tinha acontecido e ele não soube explicar, entrei, perguntei para a professora que me contou que ele chorou porque seu pão de queijo tinha caído no chão.
No caminho para casa fui explicando que não tinha problema , que se caí no chão e só pedir outro, que acontece, nomeei que ele tinha ficado chateado em deixar o pão cair...
A escola estando aberta a esse diálogo facilita tudo, eu pude no mesmo dia conversar com ele sobre o que tinha acontecido e pude, propositalmente , repetir a situação e mostrar a ele que tudo bem.

Enfim, estamos caminhando, juntas, pensando e repensando a prática com o Alê, buscando proporcionar experiências positivas e visando estimular a interação social, sempre .
Estou extremamente feliz com a postura da escola, acho que o Alê só tem a ganhar lá e eles com ele... Um boa troca e uma experiência riquíssima ...







Esse vídeo fala por si só... Meu menino de 4 anos, lendo um dos seus livros favoritos! O grande rabanete.