terça-feira, 18 de março de 2014

reunião...

Meu menino agora está no INFANTIL 1 da escola, não mais no mini , a turma dele, em sua maioria, é a mesma e até a professora se manteve (AINDA BEM!).
Nesse começo de ano letivo já tive umas 3 reuniões com a professora, coordenadora, psicologa...A fono já foi lá orientar a professora e conhecer um pouco da rotina dele.
Estou muito satisfeita com a postura inclusiva da escola, com o acolhimento, antes e depois do diagnóstico e com o comprometimento delas com o saber do meu pequeno.
Não consigo imaginar ele em outro lugar ... Pois nada adiantaria se a escola não tivesse abraçado a causa , e aberta ao diálogo e à troca . Temos que ser uma equipe!
Na última reunião que tive com a professora , logo após a ida da fono, saí de lá me sentindo abraçada, reconhecia na fala dela meu menino, que reconhece todas as letras, formas geométricas, os números de 0 a 20, que já identifica seu nome. Me tranquilizou ouvir que ele é querido por todos, que participa de todas as atividades, que é afetivo com as pessoas que cuidam dele e com os amiguinhos, que come super bem  e mesmo sendo um dos únicos a não falar, que está conseguindo se expressar de outras maneiras.
Aí chega o dia da primeira reunião de pais do ano... Chego com a minha pequena pois o  marido ficou em casa cuidando do Alê, as mães já estavam na sala, onde sempre acontece as reuniões. Me sentei e a professora começou a reunião.
Já trabalhei em escola por muitos anos, sei que nessas reuniões expomos o grupo e não o individual, é falado de um modo geral, e o individual é tratado em reuniões individuais, claro!
Eu sei e super concordo...Continuando...
A professora contou que é um grupo falante, que eles participam da roda do fim de semana, que contam isso e aquilo, que já brincam em grupinhos, que o livro que falava do "beleleu"  todos amaram e que tudo agora é que " foi pro beleleu" ... Enfim, resumindo,não vi meu menino ali...
Me tranquilizei na reunião individual,  saí feliz da vida de lá, mas essa realidade do grupo falante, que inventa histórias, que coloca a chapeuzinho vermelho em um foguete, que manda tudo pro "beleleu" eu não compartilho, mas entendam, a questão não são eles, não é o grupo, não são as mães, não é a escola, nem o Alê, que adora a escola, que vai todo dia feliz, que já entra sozinho. A questão é minha, é o meu desejo de ter tudo isso e a incerteza do prognóstico, cada autista é de uma maneira, reage de uma forma, com  intensidades diferentes e cada um a seu tempo.
Não se sentir parte é difícil, é dolorido, mas ao mesmo tempo é encorajador, desejar é tudo , pois o desejo nos move, nos faz correr riscos, enfrentar desafios e o meu desejo de ver meu filho falando,  autônomo , independente, para conseguir resolver seus conflitos,  ter uma vida saudável e feliz faz tudo valer a pena.
Desistir jamais...

  

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