quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Um grande susto...

Que a Stella não foi planejada, já contei aqui... Que ela nasceu no ano que tivemos o diagnóstico do Alê de autismo, não me lembro se contei , mas em um post antigo dá para entender isso... Desde pequena nas recepções de consultórios.

A probabilidade seria maior se tivesse tido um menino, mas os riscos dela ser autista me atormentaram durante esses dois primeiros anos de vida dela.
Ela dormia na cama do papai e da mamãe na maioria das noites. Foram várias noites em claro pensando sobre seu comportamento, se algum sinal já estava presente... O tempo foi passando e nada de sinais... Ela fala, ainda bem embolado, mas fala bastante, briga com o irmão, é bem mandona, geniosa, afinal precisa lutar pelo seu lugar ao sol.
Ela percebe e ja deve saber , por observar, que algumas situações o irmão ganha muita atenção, que as vezes ele precisa de mais ajuda e até agora vem lidando bem com isso. Ela não apresenta estereotipais, brinca bastante de comidinha, de boneca ( passeia muito com sua "filha" no carrinho pela casa, manda a boneca dormir, limpa o bumbum da boneca...) , é uma dançarina nata, imita coreografias da televisão, das músicas da "Festa HI 5", programa do canal Discovery kids e do filme Frozen.
No primeiro ano de vida, tudo tranquilo, desenvolvimento esperado, tirando só a dificuldade para comer, aceitava poucos alimentos e cuspia tudo. Ela teve refluxo quando tinha uns 4 meses e só melhorou por volta dos 11 meses e por conta disso regurgitava (tipo vômito) bastante, teve uma época que ela acordava, mamava e voltava tudo, depois passava super bem o dia . Atualmente está bem melhor em relação a alimentação, almoça e janta bem, na maioria dos dias e não vomita mais pelas manhãs.

Mas as vezes somos pegos de surpresa, no dia 21 de novembro de 2014 ela teve uma convulsão febril por conta de uma infecção na garganta. Ela estava com 1 ano e 6 meses.
Tinhamos levado pela manhã no hospital, já estava tomando antibiótico e antitérmico , caso houvesse febre, lá pelas 18:30 ela acorda e me chama.
Eu entrei no quarto , ela deu uma tremida e medi sua temperatura, estava com 38,4º C  , ela já estava medicada, tinha dado as 18:00 alivium , pensei comigo: "Deve começar a baixar agora a febre , mas vou coloca - la no banho para acelerar o processo..."

Ela fez uma cara , que parecia estar nauseada , achei que ia vomitar, peguei ela no colo e foi aí que ela começou a convulsionar... Chamei o marido, que me acalmou e a pegou no colo. ( Fizemos errado,o correto é colocar a criança na cama , ou em um lugar plano, colocar a cabeça em um travesseiro ou almofada e ficar observando até passar a crise ) . Ele sentou e a colocou virada para ele , segurando a cabecinha dela por baixo ... E eu enlouquecida, chorando, pedindo para ela me olhar, para ela falar comigo, mas sabia que tinha que esperar a crise passar, sem mexer nela.

Ela ficou inconsciente por uns 10 minutos, os mais longos da minha vida!!!!!!!! Olhinho virado, mole de tudo, tendo espasmos musculares generalizados e babando...
Quando ela acordou , me chamou e começou a chorar baixinho, peguei ela no colo e entramos no banho. Nessa confusão toda o Alê, dormia como um anjinho... Fui correndo para o hospital com a minha mãe, o marido ficou, caso o Alê acordasse. Lá ela fez um monte de exames, dentre eles,  o do líquor, para descartar a hipótese de meningite, por ser a primeira convulsão...

Um pesadelo!

Já tinha lido que a incidência de epilepsia entre aqueles do espectro é maior `a população normal e que em muitos ataques  a pessoa pode chegar a convulsionar.
E quando li sobre isso, a minha preocupação caia sobre o Alê, meu receio era dele ter uma crise, nunca pensei na possibilidade da Stella convulsionar.

Graças a Deus foi só convulsão febril, que não deixa sequelas nenhuma na criança , mas deixa nos pais, pois é muito impressionante de presenciar.
A convulsão febril é uma manifestação do sistema nervoso , ele se " atrapalha" com a rapidez que a temperatura sobe e a criança convulsiona. Acomete cerca de 4% da populança infantil e na maioria das situações não acontece novamente.
A recomendação da médica do hospital e do pediatra foi que até ela completar 6 anos, não podemos deixar a temperatura  subir mais que 37,5 ºC , pois como ela já teve, mesmo sendo difícil, ela pode apresentar novamente.
Por conta do exame do líquor ela só conseguiu andar dois dias após o exame. Sentia muito incômodo na lombar. Continuou tomando o antibiótico para a infecção da garganta e durante a semana seguinte  ela  só dormia agarrada no meu pescoço, literalmente, por vezes acordava assustada no meio da noite, mas foi passando e ela voltando a dormir bem.
(Não preciso dizer que o termômetro aqui de casa fica 24horas na minha cabeceira , né? )

Depois desse episódio , aí que não tirei ela da minha cama , mesmo! Eu demorei um mês para dormir bem novamente.

Já se passaram nove meses da crise , ela não teve mais nada.
Hoje ela dorme na cama dela a noite toda, é super saudável , ativa, esperta e muito ligada ao irmão. Tudo é esse irmão mais velho, chama ele a toda hora para brincar, quer comer a comida dele, agora que o hiperfoco está em aviões, ela , quando vê um passar, logo grita: " Mão, TAM ! " ( irmão é da TAM)

Já disse aqui antes e volto a dizer, é um privilégio ver esses dois crescendo juntos, dividindo tudo e construindo uma relação muito bonita e afetuosa.










Nenhum comentário:

Postar um comentário