sábado, 21 de dezembro de 2013

pensamentos...


Tudo ainda é muito recente, por mais que eu já tenha feito AT (atendimento terapêutico) com autistas , estar do outro lado é bem diferente.

Mãe e pai sempre querem proteger seus filhos e ao mesmo tempo fornecer armas para enfrentarem da melhor forma para cada um o mundo lá fora , sonhar com a realização pessoal e profissional de seus filhos é parte constituinte das funções...Aqui em casa o nosso lema é ser feliz, indiferente do que eles escolherem, estaremos sempre os apoiando em suas escolhas.
Depois do diagnóstico muitas dúvidas me vieram à cabeça, pois a questão social é muito complicada para os autistas, eles funcionam de outra maneira, são concretos demais, possuem dificuldade em estabelecer contato visual, muitos focam nos lábios e não nos olhos das pessoas, por isso não entendem muito sobre linguagem corporal. Também apresentam dificuldades em compreender o sarcasmo, figuras de linguagem, metáforas... Precisam de explicações concretas , quando que para muitos não necessita de explicação.
Continuo tendo minhas expectativas sobre o futuro dele, tenho certeza que ele se tornará o melhor que puder ser, que encontrará seu lugar ao sol, da forma dele, mas sei também que nesse começo, na infância ele precisará de uma ajudinha extra socialmente, precisará ser tirado do seu lugar de conforto para se inserir socialmente, por não falar ainda, eu ,o pai e a avó que somos os adultos presentes na sua  vida e que ele confia , agora somos seu filtro protetor.

Cada caso é um caso,  no do Alê agora focaremos na linguagem oral, aprender a se comunicar oralmente, e acredito que essa será nossa primeira grande batalha e depois psicoterapia.

Fico aqui pensando sobre nomear... Certo? Errado? Rotular?

Como mãe  , ele é o meu Alê, ÚNICO, com seu jeito lindo de ser , que tem uma síndrome, necessitando de algumas ajudas específicas ,que vê o mundo e o entende de uma outra forma , não de uma forma certa ou errada, apenas diferente da maioria das pessoas, e particularmente não vejo problema algum em nomear, em dizer que ele é portador da síndrome de asperger, que ele é autista. Acredito que o preconceito está em nós, que não dizer é negar o que ele é, ele nasceu assim e assim ele é,quem conviver com ele precisará saber, para entender  e respeitá-lo , e se com isso preconceitos vierem, estaremos armados com muito AMOR pra combater .
Eu e meu marido somos referência pra ele, se tratarmos o problema com naturalidade, ele também tratará e os que nos rodeiam também.



2 comentários:

  1. Dri, perfeito. O AMOR é a ferramenta mais adequada para se enfrentar esta situação que todos gostaríamos que não fosse real.
    Todos saberemos ajudar o Ale a superar esta fase desafiadora da sua vida, no seu tempo.

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    1. Obrigada, pai! Tenho certeza que ele e todos nós tiraremos de letra... beijo grande!!!!

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