quarta-feira, 4 de junho de 2014

Informação

A informação é a nossa única arma contra o preconceito  e a discriminação , quando conhecemos o estranho,quando o diferente se torna mais próximo, mais familiar , menos temido e desconfortante ele é.
Sei que muitas pessoas tem uma postura de evitação, de estranhamento por não conhecer o transtorno do espectro autista, suas características. Muitos , quando digo que o Alê é autista logo comentam: " Mas ele parece normal!" E eu logo digo: " Mas ele é normal, ele apenas vê o mundo de uma forma diferente da maioria das pessoas."
Acredito que muitos não sabem que existem variações, fica no imaginário das pessoas que todo autista é severo e que quando está junto com outras pessoas ficam em um canto , com suas estereotipias de mãos balançando, olhar vago, perdido e isolado.
Nem todos são assim, nem em toda situação precisam ficar assim, cada um é de um jeito todo particular com suas características, cada um reage de uma maneira em cada situação do cotidiano e principalmente em público.
Desde o diagnóstico venho me informando sobre o tema, pesquisando, lendo outros blogs de mães de crianças no espectro, ganhei e comprei livros sobre o autismo e tudo isso me ajuda a entender e a lidar com o Alê até um ponto, porque em outro, ele é único, o autismo se manifesta de uma forma toda singular e isso é o que mais me fascina no espectro autista, essa singularidade.
Nessas minhas leituras me deparei com cada absurdo, pessoas comentando no blog de uma mãe, que crianças autistas atrapalham em sala de aula, que os autistas devem ficar apenas em escolas especiais, que a vacina tríplice causa o autismo, recentemente li uma declaração de uma cantora americana dizendo que seu filho autista é um castigo de Deus por ela ter feito um aborto anos antes.
Tudo isso, em um primeiro momento me causou raiva, mais muita raiva, depois me entristeceu demais, pois essas mães criam seus filhos, passam valores e princípios, e ao invés de se informar, de conhecer e de levantar a bandeira da inclusão, da diversidade, agradecer que seus filhos possam ajudar e serem ajudados por crianças do espectro, com down ou qualquer outro transtorno, ensinar que cada um é um e que isso é normal, semeiam a discriminação, o preconceito , a ignorância de espírito.
Sobre a cantora... pena de seu filho, imagino que se ela disse abertamente que ele é um castigo, fico imaginando como ela o trata em casa, o que ela passa para ele, essa pessoa precisa de muitas coisas, e de  TERAPIA!

Infelizmente muitos se dizem a favor da inclusão, a favor da diversidade mas na prática poucos são.
É preciso se informar,  falar sobre o assunto, não temer se expor, só o conhecimento será capaz de quebrar esses preconceitos, os estigmas, os rótulos e abrir caminho para a compreensão,o afeto, a aprendizagem e para um convívio harmonioso entre todos , cada um com suas particularidades.
Afinal...SER DIFERENTE É NORMAL...


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