terça-feira, 12 de agosto de 2014

piquenique

Eu sigo um blog, de uma mãe de um lindo garotinho, sorridente, brincalhão e autista, LAGARTA VIRA PUPA é o nome do blog.
A Andréa escreve faz uns 5 anos, e ao longo desses anos ganhou notoriedade, ficou conhecida pelos lindos relatos de suas experiências de mãe de um garoto autista.
Adoro seus posts, me acalma, me identifico, vejo muito do Alê no filho dela, e muitas pessoas , assim como eu a seguem e acompanham seus posts...
Ela então resolveu organizar, já que estaria em SP, pois ela e a família moram em Londres, um piquenique paras as pessoas que seguem o blog. Algo casual, um encontro, mas  acabou virando um manifesto , de dizer que lugar de autista é em todo lugar...
CLARO que não perderia por nada esse PUPANIQUE!
Foram mais ou menos umas 350 pessoas, tinha muita gente e o engraçado para mim, que lá não parecia ter tudo isso. As famílias foram chegando, cada uma se acomodando em um lugar,com um grande espaço entre cada família.
Como foi marcado no lugar do parque com os brinquedos, as crianças se espalhavam por eles, outras corriam com bolas e seus pais, outras brincavam com as bolinhas de sabão que recebiam logo que chegavam...
Foi realmente um grande encontro. Posso dizer da minha experiência, o Alê estava super feliz no parque, brincando com a vovó , a mamãe e a irmã, no escorregador, gangorra, bolinha de sabão , até perceber as pombas... Ficou alucinado com elas, só queria ir atrás das pombas, ver onde ficavam , dar migalhas para as pombas então... Ele pirou!
Tiveram 2 momentos de maior interação com outras crianças, um deles, o menino veio vê-lo brincar com sua combi, pediu para brincar e ele nem percebeu, não respondeu , nem fez menção de emprestar seu carro. Outro momento, outro menino veio mostrar uma pomba para ele, percebendo que ele corria atrás delas , veio interagir, e ele nem olhou, tava mergulhado nas pombas voando e pousando perto dele... Eu nesses dois momentos tentei fazer a ponte, falar por ele, chamar sua atenção e como de costume, obtenho pouco sucesso.
Nesse último, ele interagiu mais, pois o menino ofereceu à ele pipoca, aí sim, ele sentou perto, comeu algumas pipocas e levantou para ir atrás das pombas. A Stella já ficou sentada por mais tempo, brincando com as uvas que levamos, vendo o copo da Peppa que as crianças tinham...
Tentei reforçar a conversa, e no auge ele tentou dar pipoca na boca do menino... Rs
Conversei um pouco com a mãe, queria ter ficado mais, conhecê-los, mas as pombas não me deixaram, nem minha pequena, que também estava alucinada no parque, correndo na grama com a vovó.
Estávamos todos ali, mas cada família na sua, não via muita interação.
A demanda é das crianças. Eu, no caso, fico a critério do Alê nessas situações, ele fica mais aéreo, disperso, sai correndo, é mais difícil manter a atenção, em mantê-lo sentado ou buscar uma interação ... Nunca forço, incentivo, mas se percebo que ele começa a se incomodar, eu paro de incentivar e deixo ele na dele.
A dinâmica fica autista, entendem? Ao mesmo tempo que EU quero que ele interaja, ele não sabe, não quer, não consegue , não sei qual vem primeiro ou qual é a do momento, só sei que é difícil  e vi essa dificuldade em muitas famílias ali presentes.
A experiência é muito válida , sempre, foi um acontecimento, para mim foi muito marcante, estar ali, com outras mães como eu, passando pelas mesmas coisas ou parecidas ou que já passaram... Mesmo sem conversar, não me senti sozinha!



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