sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Preparada? Será?

O autismo entrou em minha vida muito antes do Alexandre...
Minha prima Lúcia, já trabalhava fazendo A.T. (acompanhamento terapêutico) com uma criança autista e me indicou para trabalhar onde ela trabalhava. Eu já estava formada em psicologia , tinha trabalhado em escola como professora auxiliar na educação infantil e na época  não estava trabalhando.
Fui conhecer o lugar (Gradual), gostei e logo apareceu uma criança para eu acompanhar na escola todos os dias e realizar atendimento no consultório três vezes por semana , aplicando o ABA.

Atendi por uns seis meses esse menino, depois fiz AT com outro menino por mais uns 8 meses, esse menos severo, eu já não estava vinculada a empresa que comecei.
Depois fui trabalhar em uma escola bacana, a Escola Viva, lá fui professora auxiliar por três anos e também fui mediadora por dois anos de duas crianças de inclusão. Lá usa-se o termo mediadora, mas é a mesma coisa que AT.
E mais uma vez o autismo apareceu na minha vida... Acompanhei por dois anos inteiros uma das crianças, pude estabelecer um vínculo muito legal,  ele aprendeu a ler, a escrever, a permanecer em sala de aula. A turma era muito acolhedora , muitos o ajudavam nas atividades e lidavam de uma forma muito positiva com a diferença. Tenho na lembrança lindos momentos e grandes aprendizados...
Saí da escola, casei, e tive meu Alexandre, um menino calmo, risonho, carinhoso, extremamente afetivo e autista!

Passei muitos anos me preparando para recebê-lo... Será que foi isso?
 Estudei e me encantei pelo transtorno e sua singularidade , me fascinou de cara.
Claro que agora, muito mais! Eu não consigo parar de ler sobre, de estar antenada às novidades, pesquisas, de tentar incorporar algo legal que li , que achei pertinente para o Alê na nossa rotina, para ver se desperta alguma mudança ou não.

 Todo o estudo, toda prática em AT , não me pouparam de me sentir sozinha em vários momentos, de não conseguir entender o que ele quer as vezes, de me cansar das suas estereotipias, do seu hiper foco em corridas de carro, moto, bicicleta, de achar que poderia ter agido de outra forma...Sou humana, mãe, com minhas fraquezas, defeitos, uma coisa é atender outra é ser o seu filho, né?

Entretanto toda essa experiência me ajuda diariamente a buscar compreendê-lo melhor, a ter paciência , a entender o tempo dele, a ter clareza do tratamento e suas etapas .
E ter a certeza, que NADA nessa vida é por acaso...

Viva a diferença!!!

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